sexta-feira, 27 de março de 2015

Cultura: Trilheiros na Sala São Paulo

Último domingo dia, 22/03, pessoal animado, todos bem alinhados para a primeira incursão, a Sala São Paulo. Também não é para menos! Ela foi eleita pelo jornal britânico “The Guardian” como uma das dez salas de concerto entre as melhores ao redor do mundo, na qual destaca as qualidades acústicas de cada local. A Sala São Paulo entrou nessa lista, ao lado de importantes salas, como a Berlin Philharmonie, a Philharmonie de Paris, a Tokyo Opera City Concert Hall e a Grosser Musikvereinssaal, de Viena.
Na abertura da temporada 2015, os Maestros Camargo Guarnieri e Ronaldo Bologna, que foram os primeiros regentes da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo, foram homenageados. A Orquestra - que comemora 40 anos de existência - foi regida pelo Maestro Ricardo Bolgna com a participação de Pablo Rossi no piano (solo) que emocionaram a todos nós naquela tarde chuvosa de domingo; apresentaram obras dos compositores Mozart Camargo Guarnieiri, George Gershiwin, Alberto Ginastera e Arturo Marquez.
O único problema da Sala São Paulo é o entorno que não é nada convidativo. Situada nas proximidades da cracolândia, foi muito fácil e assustador encontrar pessoas vagando sem rumo pelas ruas, o que se assemelha muito aquela série de TV, The Walking Dead, e muitas pessoas dormindo pelas calçadas. Problema este de difícil e custosa solução, que até o momento apenas algumas medidas paliativas foram tomadas pelas autoridades competentes. A Sala São Paulo foi construída em uma área que era anteriormente o pátio, ao ar livre, de uma estação de trem. A indiscutível beleza de sua arquitetura, que aproveita as enormes colunas originais da antiga Estação Júlio Prestes conta com um teto móvel, que permite que a acústica de cada concerto seja ajustada conforme o repertório a ser apresentado.

Filme: Na natureza selvagem

Na natureza selvagem (into the wild EUA 2008 2h27mim), filme baseado no livro de Jon Krakauer, traz a história real do jovem Chris McCandless, um jovem recém-formado que decide abandonar a vida abastarda para viver à margem, pegando carona ou circulando em carros velhos, vivendo em acampamentos e cidades-fantasmas. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia, ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas.
Dirigido por Sean Penn, com a excelente trilha sonora produzida por Eddie Vedder, e um sensacional trabalho da direção de fotografia. O filme nos faz refletir sobre a real necessidade de seguir os paradigmas e obrigações impostas pela atual sociedade de consumo, seus padrões e valores são questionados por este jovem idealista que, sufocado por este sistema, o rompe e nos deixa um legado de amor e liberdade. O filme, realizado para quem gosta de estar em contato com a natureza, se mostra, por vezes, amargo no sentido em que os sonhos da juventude se transformam em pesadelo.

quinta-feira, 19 de março de 2015

TRILHA: Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar

No último domingo (15/03) às 6h da manhã, no metrô Barra Funda, os trilheiros se reúnem para mais uma trilha e aventura, desta vez, no Núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar. Criado para a preservação do Manancial que atende a metrópole paulista; a Fazenda Curucutu, produtora de Carvão, foi adquirida pelo Estado em 1958, com seus 12.029,00 ha, sob os cuidados do então Serviço Florestal do Estado, através da Seção de Reservas da Capital, a qual além de garantir a integridade física da área, desenvolvia pesquisas objetivando a recuperação da área desflorestada com espécie de rápido crescimento “experimentalmente”, onde a partir de 1963 foram produzidas e cultivadas aproximadamente 63.000 árvores de Pinus elliopti.
Segundo o guia que nos acompanhou, os Pinus elliopti serão retirados para o plantio de mata nativa. Uma licitação para esse procedimento já esta em andamento; descobriu-se há alguns anos atrás que as folhas que caem dos Pinus elliopti formam um tapete que impede a reprodução da vegetação original e ocasionará uma mudança drástica e devastadora da fauna e da flora da mata atlântica, transformando-a no que os biólogos chamam de “deserto verde”. O Parque Estadual da Serra do Mar é o maior parque paulista, com 315.390 hectares, o que representa apenas 7% da Mata Atlântica original, destinada à preservação, educação ambiental, valorização da cultura local e à pesquisa científica.
Depois da trilha almoçamos na “Fazenda Maravilha”, uma propriedade particular. Com apenas R$ 15,00 você almoça uma comida fresca e caseira feita em fogão à lenha, preparada com muito carinho por um casal muito simpático e, por R$ 10,00, visita a cachoeira do Sagui, que fica dentro da propriedade, no Rio Capivari, o último grande rio limpo da Capital paulista. Tanto na ida quanto na volta a alegria é garantida, o povo no fundo da Van fala demais; o DVD do Camarão, o motorista, anima o povo, ou não! Momentos de diversão e contato com a natureza, amigos e risadas fazem a vida valer a pena. Vamos preservar a natureza, tire apenas fotos. Para mais informações sobre o Núcleo Curucutu - Parque Estadual da Serra do Mar no site: http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-serra-do-mar-nucleo-curucutu/

FILME: O Amor é Estranho

Ben (John Lithgow) e George (Alfred Molina) formam um casal há 39 anos. Quando finalmente decidem se casar, a cerimônia é aprovada por amigos e familiares, George, que trabalha em uma instituição religiosa, perde o seu emprego. Sem dinheiro, os dois são obrigados a viver separadamente na casa de amigos até conseguirem vender o apartamento e comprar outro, mais barato. A nova vida em lares provisórios torna-se bastante desgastante para o casal e para os amigos envolvidos. Este é o enredo do filme “O Amor é Estranho” em cartaz nos cinemas, com roteiro do brasileiro Maurício Zacharias (Trinta) e dirigido Ira Sachs (Deixe a Luz Acesa) que sutilmente constroem um panorama onde preconceitos afloram e, mais ainda, é possível constatar a difícil arte da convivência. O filme nos faz refletir sobre o envelhecimento e a homossexualidade, e nos deixa com possibilidades para algumas meditações sobre essa fase da vida e os desafios que se tem ao ser gay nessa idade. É necessário notar o quanto o preconceito e as retaliações associadas a união homoafetiva não deixam ninguém escapar. O elenco se mostra muito bem afinado, com atuações sob medida, onde Alfred Molina e John Lithgow, que interpretam o casal homossexual, a fazem com maestria e respeito.