sexta-feira, 31 de julho de 2015

Dez dias com Duda: as aventuras de um pai coruja

No início da segunda quinzena do mês de julho, férias escolares, passei dez dias com a minha filha, à pequena Duda. Foram dez dias muito divertidos em que eu sempre escutava a seguinte frase: “Papai, não tem problema!”. Ela dizia isso toda vez que as coisas não saiam como eu gostaria. E ela repetiu essa frase por várias vezes durante esse período. Tirando a minha frustração de não ter conseguido levá-la a todos os lugares que eu gostaria, esse tempo foi de risadas, mimos e Barbies. Logo nos primeiros dias fomos ao cinema e a ideia inicial era assistirmos Divertidamente, a nova animação da Disney/Pixar. O filme que arrancou aplausos da plateia em Cannes estava com os ingressos esgotados quando chegamos. Eu expliquei que o filme que o papai havia prometido assistir não poderíamos ver. Duda não pestanejou e disse: “Papai, e os Minions?” – me perguntou ela, já nem se lembrando do filme anterior. Fomos lá ver os bichinhos amarelos que já levaram milhões de pessoas aos cinemas do mundo todo se tornando uma das animações mais lucrativas dos últimos tempos.
Sempre tive a vontade de levá-la ao museu, mas ela é pequena não ia entender nada e ainda ia se entediar, eu pensava. Agora, aos cinco anos de idade, peguei a pequena e nos aventuramos no Museu de Língua Portuguesa. Para meu espanto, ela ainda na fase de alfabetização adorou o museu, por ele ser interativo – o que ajudou muito –, com a mesa eletrônica que junta as palavras com o movimento das mãos e explica a origem e o significado de cada uma delas. Duda se esbaldou! Vibrava a cada conquista e ainda repetia as palavras que depois de formadas são ditas por uma celebridade ou jornalista global. Ainda brincou de escrever poesia no primeiro andar, aonde está sendo realizada uma exposição sobre o tema. Fez um desenho e, por fim, assinou a sua obra de arte. Em seguida, como ainda era cedo e aproveitado a proximidade, fomos à Pinacoteca: “Papai, esse é assim, sem graça? Só tem quadros?” Questionou-me a pequena que demorou a pegar gosto pelo local e ficar dentro do museu. – Sim, respondi pacientemente. Expliquei que ela tinha que prestar atenção aos detalhes das pinturas e desenhos e, aos poucos, foi gostando e me pedio para eu ler o que estava escrito ao lado de cada pintura. Foi divertido e pretendo levá-la em outros, aos poucos vou tentando colocar o gosto pelas artes na minha pequena.
De tanto assistir Peppa Pig e outros desenhos que as famílias fazem picnic ao ar livre, Duda não pode ouvir a palavra “parque” pois automaticamente imagina que irá se alimentar sentada no chão com uma toalha estendida na grama. Bom, lá fomos nós para o parque do Ibirapuera. Dia de semana de férias escolares e o local estava cheio, mas não igual a um final de semana. Depois de uma sessão com o seu baldinho para fazer castelos e bolos de areia, fomos fazer o tão esperado picnic. Sentamos debaixo de uma árvore enfrente ao lago dos gansos. Lá ela se esbaldou, riu, comeu e realizou o sonho. O parque é um ótimo lugar para crianças. Tem brinquedos para várias idades, amplo espaço para correr e chutar bola. Além de poder andar de bicicleta, tem uma ciclovia dentro do Ibirapuera. Para quem vai de carro, o estacionamento é zona azul e de transporte público tem opção de metrô e ônibus. Além dos passeios ao ar livre, as atividades em casa também fizeram parte desses dias: a lição de férias, as Barbies penteadas uma a uma com água e condicionador - foram várias penteadas –, o bate-bola e a piscina de bolinhas no quintal. A visita à casa dos tios em Mogi das Cruzes que a mimaram na medida escala em que só os tios fazem... As gargalhadas durante as brincadeiras de pega-pega, os pulos no colo, os cavalinhos nos ombros... Foram dez dias de muita alegria! A alegria de ver uma filha feliz, nada paga e apaga qualquer tristeza. Pena que os dias passam rápido quando estamos nos divertindo, acabou. Pai de menina tem que se preocupar com detalhes que uma mãe nem imagina, mesmo ela sendo mãe de menina ou de menino, mas isso é outra história para outro texto. E com o fim das férias, tanto minha como a dela, voltemos à labuta!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

X-Men dias de um futuro esquecido

Esse quinto filme da saga dos mutantes veio para juntar os novos e velhos personagens, além de apagar o horrível terceiro episódio intitulado X-Men – Confronto final. Eita! Filme sofrível. Os roteiristas Simon Kinberg, Jane Goldman e Chris Claramont fizeram da continuação do First Class um rebout na saga toda e conseguiram com isso dar fôlego aos mutantes. No futuro distante, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask interpretado pelo excelente Peter Dinklage, o Tyrion Lannister da série Game of Thrones. Para salvar os mutantes e a raça humana, o meio encontrado pelos poucos sobreviventes é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, ao ano de 1973. Wolverine acorda nos anos 70 com a memória do futuro – doido isso!– e sai à procura dos ainda jovens Xavier ,interpretado por James McAvoy, e Magneto, interpretado por Michael Fassbender para que, juntos, impeçam que o futuro trágico para os mutantes se torne realidade. O ponto central do filme está na personagem da oscarizada Jennifer Lawrence, a Mística; ela detém o poder de mudar ou não os rumos da humanidade.
A melhor cena do filme é da cozinha na qual Mercúrio, Evan Peters, rouba toda a atenção. Entre os mutantes que resistem aos Sentinelas estão o professor Charles Xavier, interpretado por Patrick Stewart; Magneto, pelo Ian McKellen; Tempestade, pela Halle Berry; Kitty Pryde, por Ellen Page e Wolverine, pelo eterno Hugh Jackman. O X-Men: Apocalipse deve estrear em 26 de maio de 2016.

Whipalsh - Em busca da perfeição

Fora dos holofotes do Oscar e livre de qualquer espécie de bajulação a respeito da premiação assistir ao filme é saborear as ótimas atuações de Miles Teller e do ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante, JK Simmons - prêmio mais do que merecido. Comparo a interpretação de JK Simmons com a de Meryl Streep no filme o Diabo veste Prada. Não tem como não ficar com ódio dele, da mesma maneira não há possibilidade de ficar com aversão à Miranda. O filme não chega a ser uma aula sobre jazz, então não se preocupe se você não conhece nada do estilo musical. O diferencial do filme é ver como o obstinado e solitário Andrew - vivido por Miles Teller - um jovem baterista que sonha em ser o melhor de sua geração ter a vida radicalmente transformada após chamar casualmente a atenção do respeitado e insensível mestre do jazz Terence Fletcher vivido por JK Simmons.
Andrew consegue entrar para a orquestra principal do conservatório de Shaffer, a melhor escola de música dos Estados Unidos. Porém, o convívio com o exigente maestro faz Andrew transformar seu sonho em uma louca obsessão, fazendo de tudo para chegar a um novo nível como músico. Com a sua saúde física e mental fragilizada ,o baterista embarca na loucura do mestre e no decorrer desse caminho para realizar o tão sonhado desejo de ser o melhor baterista, o jovem perde a namorada e sofre um acidente de carro. Um filme de encher os olhos. O empenho dos dois personagens pela busca da batida perfeita aparece em várias situações aflitivas do filme. Entre os tapas na cara para marcar o ritmo de uma música, cadeira arremessada pela não exatidão do que foi solicitado mãos machucadas após exaustivos ensaios são apenas algumas das situações que fazem o telespectador se angustiar com o drama do jovem músico.

terça-feira, 7 de julho de 2015

"Estou velho, mas não obsoleto."

Segunda-feira após o expediente me surgiu uma ideia: Vou ao cinema. Segunda é um dia fraco e deve ter menos pessoas no shopping. Quanta inocência a minha! A praça de alimentação e a fila da bilheteria estavam idênticas à de um sábado à tarde. Todos tiveram a mesma ideia que eu? Não é possível, penso eu. Bom, depois de 30 minutos na fila e ingresso na mão fui assistir ao novo filme da franquia Exterminador do Futuro. O titulo deste meu texto expressa bem o que é o filme Exterminador do Futuro: Genesis cujo astro principal é Arnold Schwarzenegger. Essa nova sequência inicia no dia do julgamento final, com cenas de explosões, máquinas dominando humanos e John Connor, líder da revolução, enviando Kyle Reese (Jay Courtney) ao passado para salvar a sua mãe, Sarah Connor.Logo em seguida são usados trechos do filme de 1984 dirigido por James Cameron. Em alguns momentos temos a impressão de estarmos assistindo a uma versão remasterizada, mas as viagens no tempo inseridas na trama logo deixam essa sensação para trás.
Schwarzenegger agora é coadjuvante astro de luxo, mesmo porque o sexagenário não tem mais a vitalidade física dos dois primeiros filmes – e melhores da série –, mas o que lhe falta nesse quesito sobra em carisma. A cara de Exterminador tentando sorrir é impagável. Emilia Clarke é a nova Sarah Connor. A personagem mantém alguns traços da personalidade dos filmes anteriores, mas agora está mais sensível e feminina. O roteiro é bem elaborado, as situações e as justificativas para novas realidades apresentadas são todas bem explicadas – algumas têm que se prestar bastante atenção para entendê-las – mas nada que estrague a história original ou tire o seu charme atual. Uma questão em particular me chamou a atenção: as pessoas em 2027 estarão ainda mais imersas em seus aparelhos celulares e eletrônicos aguardando o lançamento de um novo programa, me pareceu muito mais assustador que o vilão T- 1000. Por fim, parafraseando o Exterminador T- 800, a franquia pode estar velha, mas em nenhum momento se mostra obsoleta. Nada como algumas viagens no tempo para criar uma nova franquia. Os fãs, como eu, agradecem a nova empreitada. EUA, 2015. 126 min. Direção de Alan Taylor. Com Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jai Courtney, Jason Clarke, J.K. Simmons, Matt Smith , Courtney B. Vance, Dayo OKeniyi, Byung-Hun Lee, Sandrine Holt.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Livro:“A Balada de Adan Henry”

A alegria da descoberta de um “novo” autor apenas se compara, tiradas as devidas proporções, à de se fazer um novo amigo. Na minha última aventura literária tive o prazer de conhecer um inglês chamado Ian McEwan, ficcionista nascido no ano de 1948, e a obra que me levou até ele chama-se: “A Balada de Adan Henry”. A obra conta a história da juíza Fiona Maye, do Tribunal Superior, especialista em Direito da Família. Uma mulher durona na vida profissional, porém esconde fracassos na vida particular. O arrependimento por não ter tido filhos e o casamento em ruínas são as peças-chaves para o desenrolar da história. Certo dia, Fiona se vê diante de um difícil caso a ser resolvido; um garoto, Testemunha de Jeová, prestes a completar dezoito anos de idade chamado, Adam Henry, que sofre de leucemia e depende de transfusão de sangue para sobreviver. Seus familiares são religiosos fervorosos e resistentes ao procedimento médico o que obriga o hospital a recorrer ao judiciário. A juíza decide conhecer o garoto e depara-se com uma pessoa culta e sensível e pondera para o lado racional na sua decisão. Após a realização do procedimento, Adam tenta se encaixar de modo inesperado na vida da juíza, o que lhe causa medo e estranheza. Em um ponto alto do livro o jovem diz à juíza: “Sua visita foi uma das melhores coisas que me aconteceram.” E então, rapidamente: “A religião de meus pais era um veneno e a senhora foi o antídoto.” Ian McEwan escreve deliciosamente e de forma empolgante e proporciona uma riqueza de detalhes e uma qualidade literária surpreendente. À medida que o leitor é envolvido pela história, parar de ler torna-se quase um pecado. O autor foi ganhador do prêmio do Los Angeles Times Book Prize 2002, categoria Ficção. Livro: Reparação (2002) e o prêmio James Tait Black 2005, categoria Ficção. Livro: Sábado (2005).

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Trilha Caminhos do Sal – Quatinga / Paranapiacaba

A Trilha Caminho do Sal tem paisagens muito bonitas ao longo do trajeto e não é difícil de fazer. São 17,5 km de estrada de terra e pedras, com algumas subidas, mas nada assustador. Nosso ponto de encontro foi na estação Brás. Fazia muito frio, estávamos de toca, casaco e luvas. De lá pegamos o trem até Estudantes e descemos em Mogi das Cruzes. No terminal pegamos o ônibus Quatinga e descemos no final.
A trilha foi feita no último sábado (27/06); nosso grupo era pequeno, formado por nove pessoas. Alguns eu não via há algum tempo e como o percurso é sossegado deu para colocar o papo em dia e dar muitas risadas. Bom, sobre esse assunto não “falo nada” os nove saberão do que se trata. Entramos na trilha por volta de 10h30, o frio havia ido embora e nos deixou cheios de roupas para carregar. A trilha é muito utilizada por Jipeiros, motociclistas e ciclistas. Tem uma pequena área de camping com um rio ao lado. Ao todo, levamos por volta de 5 horas, para completar a trilha tiramos muitas fotos e contemplamos a natureza que é o que motiva o trilheiro. Chegamos à Vila de Paranapicaca por volta das 15h30. É sempre muito prazeroso visitar o local curtir o clima frio e tirar mais fotos. Haja cartão de memória! Antes da despedida da trilha e da vila uma parada para tomar um café e apreciar a pinga de Cambuci que eu, particularmente, não gostei.
Um pouco de História A rota foi uma das primeiras trilhas no Planalto paulista no início da ocupação do território pelos portugueses. Conhecido como Zanzalá, o percurso, que ligava São Bernardo a Mogi das Cruzes, foi aberto em 1640 para transporte de sal, produto estratégico para sobrevivência dos povoamentos na época. Mais tarde, tropeiros passaram a utilizar o caminho para desviar dos impostos cobrados pelo comércio de pedras preciosas. Em 1722, o rei de Portugal ordenou o bloqueio do Caminho do Zanzalá, fato que contribuiu para que o trajeto fosse esquecido. A retomada do percurso resgata alguns trechos originais do Caminho do Zanzalá, além de proporcionar abordagem simbólica do caminho. O Caminho dos Carvoeiros retrata parte da história marcada pela extração de madeira para os fornos das olarias dos núcleos colônias de Ribeirão Pires e São Caetano, e a produção de carvão para atender ao crescimento acelerado da capital paulista e de Santos no fim do século 19. Atualmente, esse trecho possui mata em estágio pioneiro de regeneração, com muitos manacás, árvores típicas da Mata Atlântica. Já o Caminho do Bento Ponteiro resgata o trecho percorrido por um comerciante que no mesmo período saiu de Mogi das Cruzes para se instalar na Parte Alta da Vila de Paranapiacaba, em Santo André. Como construiu pontes em sua mocidade, era conhecido por ‘Ponteiro’. (fonte da historia: site vá de bike http://vadebike.org/2014/07/rota-caminhos-do-sal-cicloturismo-sao-bernardo-santo-andre-mogi/)