sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Penúltimo “Sarau Conversar” do ano faz homenagem a Mario Quintana

Últimos dias do mês de outubro, mais um final de ano se aproximando e na última terça-feira (27/10) foi realizado o penúltimo “Sarau Conversar” do ano de 2015. Neste encontro o homenageado foi o gaúcho Mario Quintana. Suas poesias e seus textos foram declamados para uma plateia atenta que pôde conhecer um pouco da vida e da obra deste brasileiro que nos encanta com suas poesias sem apegos a regras, mas repletos de muita sensibilidade e bom humor. A noite ainda teve apresentações musicais e a presença do fotógrafo Paulo D’ Alessandro que falou um pouco do seu ofício e os rumos da fotografia. Lígia Velozo Crispino como sempre conduziu o Sarau de forma alegre e descontraída; é ela quem faz a pesquisa dos autores apresentados em cada evento. Sobre o autor, destaco alguns dos pontos apresentados no evento: Mario Miranda Quintana, gaúcho, da cidade de Alegrete, veio ao mundo em 30 de julho de 1906. Foi o quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de Dona Virgínia de Miranda Quintana. Com sete anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler tendo como cartilha o jornal “Correio do Povo”. Seus pais ensinaram-lhe, também, um pouco de francês. Em 1930 foi, por seis meses, para o Rio de Janeiro entusiasmado com a revolução liderada por Getúlio Vargas, também gaúcho, como voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto Alegre. Voltou a Porto Alegre, no ano seguinte, e à redação de O Estado do Rio Grande. Além de jornalista, o poeta foi tradutor, deixando mais de 130 obras da literatura universal traduzidas.
Um fato curioso e engraçado da vida de Mario Quintana ocorreu em 1978 após a sua terceira derrota na tentativa por uma vaga na Academia Brasileira de Letras. O poeta compôs o conhecido poema: Poeminho do Contra Todos esses que aí estão / Atravancando meu caminho, Eles passarão.../Eu passarinho! (Prosa e Verso, 1978). Ao ser convidado a candidatar-se pela quarta vez, e mesmo com a promessa dos colegas de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou e disse: “Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro”. Mario sempre foi um solitário. Não teve filhos, viveu grande parte da vida em hotéis de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal “Correio do Povo” encerrou temporariamente suas atividades por problemas financeiros, e Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto. Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre, foi tombado. Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como “Casa de Cultura Mario Quintana”. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994. O poeta faleceu, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de completar 87 anos. O sarau contou com a presença do fotógrafo Paulo D´Alessandro, formado em fotografia, em Barcelona, que trouxe alguns dos seus trabalhos para apreciação dos presentes e discutiu um pouco sobre os rumos da fotografia e o seu processo criativo. Também apreciador de Mario Quintana, Paulose rendeu ao microfone aberto e recitou poema do autor. Quem quiser conhecer um pouco mais do fotógrafo pode visitar a sua página no facebook: https://www.facebook.com/dalessandrofotografia/?fref=ts
O próximo e último encontro do ano já tem data marcada, será no dia 24/11 às 19h30, no piso superior da Livraria Cultura, na loja das Artes. Para esse encontro, Lígia Velozo pretende fazer uma grande festa de encerramento, com sorteios e trocas de poesias e algumas outras surpresas. Venham conhecer e participar desta manifestação cultural tão enriquecedora. Curta a página do “Sarau Conversar” no facebook https://www.facebook.com/Conversar-1642753309283344/?fref=ts e acompanhe as novidades.
Quero sempre poder Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto,/ Mesmo quando a situação não for muito alegre.../ E que esse meu sorriso consiga transmitir paz/para os que estiverem ao meu redor./ Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém.../E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém/também pensa em mim quando fecha os olhos,/que faço falta quando não estou por perto./Queria ter a certeza de que apesar de minhas/renúncias e loucuras, alguém me valoriza/pelo que sou, não pelo que tenho.../Que me veja como um ser humano completo,/que abusa demais dos bons sentimentos/que a vida proporciona,/que dê valor ao que realmente importa,/ que é meu sentimento...e não brinque com ele.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Novo filme de Guillermo Del Toro é uma história de amor com clima de terror

A Colina Escarlate (Crimson Peak), novo filme do cineasta mexicano Guillermo del Toro, famoso pelos filmes Hellboy e Labirinto de Fauno, desta vez brinda o público com um filme que parece terror, mas no fundo é uma bela história de amor. De posse de um orçamento de 70 milhões de dólares, quase um terço do que custou seu filme anterior, o chato Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013), Del Toro conseguir construiu com a sua grande capacidade artística de criar cenários sombrios e utilizou – o que eu particularmente gosto muito – recursos de efeitos sem computação gráfica. Para se ter uma ideia, a extraordinária mansão da família Sharpe foi inteiramente construída para as filmagens. Del Toro também assina o roteiro do filme que mostra sua influencia no romance gótico inglês, mas também não nega suas raízes pelo fato do filme ter um drama parecido com as novelas mexicanas. Felizmente, o romance que envolve a narrativa não é declarado, mas está em harmonia com as histórias de fantasma que tanto deslumbram o diretor. Como todo bom fantasma do cinema, eles só querem poder descansar em paz, mas até conseguirem isso terão de passar por tormentos e atormentar alguns vivos.
A história se passa em Cúmbria, numa mansão em ruínas situada em uma região basicamente rural e montanhosa do norte da Inglaterra, no século XIX. Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) é um sujeito misterioso e sedutor que está sempre na companhia da irmã mais velha Lucille (Jessica Chastain). Os dois moram nos Estados Unidos, mas passam uma temporada na Europa em busca de investimentos para uma invenção de Thomas. Ele conhece “por acaso” a jovem autora Edith Cushing (Mia Wasikowska), apaixonam-se e se casam, mas ela descobre que este não é quem parece ser. Sua casa abriga fantasmas, entidades misteriosas, que Thomas e sua irmã, Lady Lucille, desesperadamente e ferozmente tentaram esconder.
Das atuações do longa, quem se sobressai é Jessica Chastain, muito convincente no papel. Tom Hiddleston (o eterno Loki) não mantém o mesmo nível e fica devendo um algo mais, e ainda parece até um pouco perdido no papel. Agora Mia Wasikowska é triste! Por algumas vezes eu pensei estar assistindo ao filme Alice no País das Maravilhas. A moça parecia deslocada e com o mesmo olhar do filme do Tim Burton, não gostei. Não é uma obra-prima, confesso que esperava um algo a mais. Vale a pena pelo visual sempre muito marcante nos filmes do mexicano. Uma curiosidade sobre o filme é que, inicialmente, Benedict Cumberbatch e Emma Stone tinham sido escalados para os papéis principais da trama.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Caixa Belas Artes estreia na próxima quinta filme vencedor de Cannes 2015

Estreia amanhã no Caixa Belas Artes o filme ‘Deephan’ (foto), vencedor da Palma de Ouro de Cannes 2015. O longa do francês Jacques Audiard conta a história de um ex-guerrilheiro do Sri Lanka que chega à França com um passaporte falso, ao lado de uma jovem e de uma criança, que se passam por sua família. Com o tempo, ele tenta reconstruir a vida ao lado das duas. "Este homem antes lutava por razões políticas. Depois só lutou pelas pessoas que ama", resumiu o diretor à agência France Presse, à época da premiação. "Todos nós ficamos entusiasmados com detalhes de vários filmes, mas esse foi uma escolha unânime", disse o diretor americano Ethan Coen, presidente do júri ao lado do irmão, Joel. É um debate sensível e atualíssimo sobre o controle migratório na Europa. Além da estreia desta quinta-feira, você ainda poderá assistir:
A COLINA ESCARLATE (Crimson Peak) EUA, 2015, cor, 119 min., 16 anos. Direção: Guillermo del Toro Elenco: Mia Wasikowska, Tom Hiddleston, Jessica Chastain e Charlie Hunnam. Quando seu coração é roubado por um estranho sedutor, uma jovem mulher é levada para uma casa no topo de uma colina de barro vermelho sangue: um lugar repleto de segredos que irão assombrá-la para sempre. UM AMOR EM CADA ESQUINA (She's Funny That Way) EUA, 2015, 93 min., 14 anos. Direção: Peter Bogdanovich Elenco: Imogen Poots, Owen Wilson e Jennifer Aniston. Um importante diretor da Broadway, casado, se apaixona por uma prostituta que se tornou atriz, e tenta impulsionar a sua carreira. AMY (Amy) EUA, 2015, cor, 127 min., 14 anos. Direção: Asif Kapadia Elenco: Amy Winehouse, Peter Doherty e Yasiin Bey. A cantora inglesa Amy Winehouse desde cedo já demonstrava grande talento vocal e, aos 18 anos, passou a fazer shows, até começar a ganhar fama. Com o sucesso do álbum "Back to Black" Amy, enfim, conquistou o mundo, mas também começou a ter cada vez mais problemas com álcool e drogas. AQUI DESTE LUGAR Brasil, 2015, cor, 87 min., livre. Direção: Sérgio Machado, Fernando Coimbra O filme mostra a vida de três famílias no Ceará, São Paulo e Rio Grande do Sul, acompanhando as transformações em suas vidas ao longo dos anos, em virtude de programas de distribuição de renda, que tirou milhões de brasileiros da situação de pobreza extrema. VIVER É FÁCIL COM OS OLHOS FECHADOS (Vivir es Fácil Con los Ojos Cerrados) Espanha, 2013, cor, 12 anos. Direção: David Trueba Elenco: Javier Cámara, Natalia de Molina e Francesc Colomer. Na Espanha, em 1966, um professor que usa músicas dos Beatles para ensinar inglês, descobre que John Lennon vai gravar um filme na província da Almería. Determinado a conhecê-lo, ele dirige pela estrada e, no caminho, dá carona a um adolescente que fugiu de casa e a uma garota que também parece estar fugindo. RESPIRE (Respire) França, 2015, cor, 92 min., 16 anos. Direção: Mélanie Laurent Elenco: Joséphine Japy, Lou de Laâge e Isabelle Carré. Charlie é uma garota de 17 anos, bonita, educada e bem-comportada. Imediatamente ela sente uma forte atração por Sarah, a nova aluna da escola, uma jovem encantadora, porém de temperamento difícil. É o início de uma paixão marcada pelas diferenças, mas que aos poucos se torna obsessiva e perigosa. A PELE DE VÊNUS (La Vénus à la Fourrure) França/Polônia, 2013, cor, 118 min., 14 anos. Direção: Roman Polanski Elenco: Emmanuelle Seigner, Mathieu Amalric Vanda, uma bela e sensual atriz, luta para convencer um diretor teatral de que ela é a pessoa certa para protagonizar sua mais nova peça, inspirada em obra do célebre escritor austríaco Sacher Masoch.
QUE HORAS ELA VOLTA? Brasil, 2015, cor, 114 min., Direção: Anna Muylaert Elenco: Regina Casé, Camila Márdila, Karine Teles e Lourenço Mutarelli Val é uma nordestina que deixa sua filha aos cuidados de parentes em Pernambuco para trabalhar como babá numa família de classe alta em São Paulo. Treze anos mais tarde, ela tornou-se uma segunda mãe para o menino Fabinho. A ação do filme começa quando Jéssica, sua filha adolescente vai para São Paulo prestar vestibular. Sua personalidade forte mexe na hierarquia social da família e consequentemente questiona a rigidez dos papéis sociais vigentes. HIPÓTESES PARA O AMOR E A VERDADE Brasil, 2015, cor, 85 min., 18 anos. Direção: Rodolfo García Vázquez Elenco: Luiza Gottschalk, Nany People e Tiago Leal. A história, ambientada em São Paulo, se passa numa única noite e entrecruza o destino de diversos personagens urbanos, entre eles um nerd, uma prostituta e um travesti guia de turismo. QUE MAL EU FIZ A DEUS? (Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu?) França, 2014, cor, 97 min., 12 anos. Direção: Philippe de Chauveron Elenco: Christian Clavier, Chantal Lauby e Ary Abittan. Católicos fervorosos, conservadores e levemente preconceituosos, o sr. e a sra. Verneuils entram em desespero quando suas quatro filhas decidem casar com homens de diferentes religiões e origens. RELATOS SELVAGENS (Relatos Salvajes) Espanha/Argentina, 2014, cor, 122 min., 14 anos. Direção: Damián Szifron Com: Dicardo Darín, Rita Cortese e Nancy Dupláa. O filme explora o tema da vingança em seis histórias bastante incomuns, nas quais os personagens caminham sobre a linha tênue que separa a civilização da barbárie. Uma traição amorosa, o retorno do passado, uma tragédia ou mesmo um pequeno detalhe cotidiano são capazes de empurrá-los ao inegável prazer de perder o controle.
O Caixa Belas Artes fica na Rua da Consolação, 2423 – Consolação - Tel: 11 2894 5781 mais informações no site: www.caixabelasartes.com.br Ingressos: Às segundas: R$ 14,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia, para estudantes, correntistas do banco Caixa Econômica Federal, melhor idade e trabalhadores, mediante comprovante). De terça a domingo: R$ 24,00 (inteira) e R$ 12,00 (meia, para estudantes, correntistas do banco Caixa Econômica Federal, melhor idade). As sessões de cineclube têm preços especiais: R$ 16 e R$8 (meia, para estudantes, correntistas do banco Caixa Econômica Federal, melhor idade). Tem poltronas numeradas. Em todas as salas, cadeiras adequadas para obesos e espaço para cadeirantes. Venda dos ingressos: na bilheteria (cartões de débito: todos; não aceita cartão de crédito ou cheque) ou pelo site:www.ingresso.com.br

39ª Mostra Internacional de Cinema vai até o próximo dia 04/11

Começou no último dia 22 de outubro e vai até o próximo dia 4 de novembro a já tradicional Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que neste ano chega a sua 39ª edição. O festival é mantido pela Associação Brasileira Mostra Internacional de Cinema, reconhecido pela Federação Internacional da Associação de Produtores de Filmes e não possui fins lucrativos. Outubro é o mês oficial escolhido pelos idealizadores para a realização do evento. São duas semanas onde os amantes da sétima arte poderão se deliciar entre os 312 títulos que serão exibidos, vindos de 62 países em 22 endereços entre cinemas, espaços culturais e museus espalhados pela capital paulista, incluindo exibições gratuitas e ao ar livre. A seleção deste ano faz um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial está produzindo, além das principais tendências, temáticas, narrativas e estéticas. Além de ser uma ótima oportunidade de assistir em tela grande filmes que certamente não entraram no circuito comercial de São Paulo.
Martim Scorsese foi o responsável pelo cartaz da Mostra Internacional de Cinema deste ano. O diretor, para criar o material, selecionou uma pequena parte do storyboard de seu próximo filme, Silêncio, e o colocou sobre um fundo abstrato em tons pastel. O diretor norte-americano nascido em Nova York no ano 1942 estudou e lecionou na Escola de Cinema da Universidade de Nova York. Ganhou notoriedade com Caminhos Perigosos (1973) e, em 1976, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes com Taxi Driver. Entre seus trabalhos mais importantes estão filmes como Touro Indomável (1980), Depois de Horas (1985), Os Bons Companheiros (1990) e Cassino (1995). Os Infiltrados (2006) ganhou quatro Oscars, incluindo o de melhor filme e de direção. O cineasta fundou em 1990 a “Film Foundation”, uma Fundação que tem como objetivo restaurar filmes que ajudaram a construir a história do cinema mundial. Desde a sua criação, Scorsese através da instituição restaurou mais de 700 obras de cineastas de diversos países. Em homenagem aos 25 anos da iniciativa do diretor americano, a Mostra deste ano vai exibir 25 filmes que passaram pelas mãos dos restauradores da fundação; dentre eles estão: “A Cor da Romã”, “Juventude Transviada”, “Como era Verde o Meu Vale”, entre outros que poderão ser vistos na seção “Retrospectiva”.
A Mostra é composta por mais cinco seções: Competição Novos Diretores - que exibe títulos de diretores que tenham realizado até dois longas (os mais bem votados pelo público serão vistos pelo Júri Internacional, que escolhe posteriormente os que vão receber o Troféu Bandeira Paulista); Perspectiva Internacional - que apresenta um panorama do recente cinema mundial; Homenagem - celebração ao centenário do diretor italiano Mario Monicelli, com exibição de cinco títulos restaurados; Apresentações Especiais - sessões em espaços alternativos ou de filmes que completam obra de diretores selecionados pelo evento; Mostra Brasil - títulos brasileiros inéditos em São Paulo. Os ingressos podem ser adquiridos no site http://www.ingresso.com/sao-paulo/mostrasp/hotsite. Mais detalhes sobre o evento podem ser conferidos no site da 39ª Mostra Internacional de Cinema http://39.mostra.org/br/home/.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Canal Fox bate recorde de audiência com estreia da sexta temporada de The Walking Dead

No último domingo, dia 11 de outubro, o canal FOX estreou, apenas uma hora depois dos Estados Unidos, a sexta temporada da série "The Walking Dead". Com audiência média de 1,82* o canal teve uma performance 90% maior que a estreia de sua 5ª temporada no ano passado e ficou em primeiro lugar em canais de PayTV no horário, 243% acima do segundo colocado no ranking. Além disso, o canal ficou em quarto lugar considerando os canais abertos. Esse resultado é o maior da história do canal FOX no Brasil e a maior audiência de uma série de ficção de toda a história da TV Paga no Brasil.** Para comemorar a chegada da sexta temporada junto com os fãs, o canal preparou uma maratona de dois dias e meio com exibição, na sequência, das primeiras cinco temporadas. Foram ao todo 67 episódios e 3.426 minutos de maratona, que deixou o canal em #1 em PayTV 69%*** do tempo. O sucesso também se repete na plataforma oficial de TV Everywhere, o FOX Play. O primeiro episódio da sexta temporada representou 30% do consumo total de séries e foi o mais assistido desde setembro de 2015 até o momento!
Os resultados em redes sociais também ampliaram ainda mais os resultados da estreia. Com a hashtag oficial da maratona #zumbificando, atingimos mais de 800 mil menções, ficamos mais de 11 horas na lista Global de Trending Topics e mais de 50 horas na lista de assuntos mais comentados no Brasil.**** Para complementar todos os esforços de programação, o canal preparou kits de sobrevivência que foram enviados à parceiros, afiliados, clientes e imprensa com o objetivo que eles conseguissem acompanhar a maratona inteira. No kit, enviamos um pacote completo para que nenhum episódio fosse perdido com balde de pipoca, tag de porta "não perturbe", camiseta, sacola e caneca personalizados, pipoca e um energético. Com esses resultados, o canal FOX bateu recorde de audiência em sua história no Brasil e agradece imensamente aos fãs! The Walking Dead, primeiro na FOX! Fonte: Canal FOX

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Autora lança livro de forma independente contado sua história no Caminho de Santiago

“Espero que Campos de Vento possa inspirar a sua caminhada”. Noite abafada de quinta-feira (15/10) em São Paulo, primavera com cara de verão, dirijo-me esbaforido para a Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. A pressa em chegar tinha um importante motivo, havia combinado uma entrevista – aliás, a primeira presencial deste blog – e não poderia chegar atrasado. Após pegar um ônibus mais lerdo que uma tartaruga e fazer uma caminhada de quase um quilômetro pela Avenida Paulista, chego ao local marcado e encontro a autora do livro “Campos de Vento”. A produtora de eventos e palestrante Andrea Colen agora se aventura como autora, de forma totalmente independente. A sua primeira excursão pelo campo das letras é o relato da sua inédita experiência pelo Caminho de Santiago de Compostela, em viagem realizada no ano 2011. Depois do encontro na livraria, dirigimo-nos até um café, local mais agradável para conversar. Andrea se coloca na minha frente e se mostra bem receptiva; não nos conhecemos, mas de forma bem humorada logo ela toca a falar sobre o livro e os perrengues que uma escritora independente passa. Pergunto se ela teve ajuda de alguém na empreitada, ela me responde: “Eu e o marido”. Para a primeira edição, foram impressos 1.000 livros e a autora conta orgulhosa que já foram vendidos 425 exemplares “tenho até o natal para vender os mil”, conta ela rindo e de, forma otimista, já visualiza uma segunda edição. Nascida no Rio de Janeiro e atualmente moradora de Santana de Parnaíba-SP, Andrea lançou seu livro oficialmente na 2ª feira literária da cidade de Rio Novo, em Minas Gerais. O evento contou com a presença do cartunista Ziraldo. A autora me explica de forma triste como o mercado literário funciona e, infelizmente, não é tão bonito quanto parece. Do valor do livro, 50% dele ficam com a editora e os outros 50% que corresponderiam para o autor 75% ficam com a gráfica e 25% ficam com a autora. “Poxa, eu levei dois anos e meio para escrever o livro, fiz a viagem, e fico com a menor parte”, fala ela indignada.
A travessia Quando começamos a falar sobre o Caminho ela me contou que o desejo de fazer a travessia apareceu em maio de 2007, e a previsão era fazê-lo em 2008 com a ex-sogra Dona Anninha – que já havia feito a viagem. Mesmo após a separação de Andrea com o filho dela, as duas mantiveram a amizade. Andrea sente falta da grande companheira que, por fatalidade do destino, faleceu dois meses depois de combinarem a viagem e –emocionada – disse que a amiga a chamava pelo apelido carinhoso de “moleca”: “Moleca se você fosse minha filha não seria tão parecida comigo”, mas Dona Anninha por certo esteve presente na viagem. A mochila que se vê na ilustração da capa do livro pertencia à amiga e foi usada por Andrea Colen durante a caminhada. O caminho foi transformador para Andrea. Foi onde ela diminuiu o ritmo da vida profissional e buscou novos horizontes. “Não é que eu fiz o caminho e cheguei aqui outra pessoa, as fichas foram caindo aos poucos, levei bem uns seis meses para me adaptar”. Para se ter uma ideia, o Caminho de Santiago de Compostela tem 800 quilômetros e foram 33 dias de caminhada. O livro narra a primeira experiência pelo caminho e, semelhante à americana Cheryl Strayed, autora do livro “Livre”, Andrea também passou por várias situações desagradáveis antes e durante a travessia, mas comentou entre risadas que “aquela mulher era muito mais doida que eu”. O que as assemelha a duas aventureiras são os erros cometidos para compra dos equipamentos. No caso de Andrea, ela comprou uma bota de inverno para fazer a trilha. “Eu fiz o caminho no início do outono e o vendedor me vendeu botas de inverno”. O desconforto foi terrível não apenas nos pés, mas também nos locais de acomodação para passar a noite, “você encontra de tudo nas paradas”. Mas as experiências ruins vividas pela autora agora servem de base para as suas palestras e motiva as pessoas a conhecerem o local. Inspirada por Paulo Coelho, ela diz que o caminho hoje deve muito ao autor brasileiro. “Conheci duas chinesas que fizeram o caminho por causa do livro e, dentro da Espanha, dentro do caminho, ninguém pode negar a referência que Paulo Coelho se tornou”, explica Andrea.
Escrever ou não escrever? A autora contou que tomou gosto pela literatura por volta dos trinta anos de idade, entre os seus autores prediletos estão: Gabriel Garcia Marquez, Cora Coralina e Cecília Meireles. Mas, esses autores não influenciaram a sua inscrita. Ela não tinha ideia se iria colocar a experiência no papel, quando fez a travessia. Ela fez algumas anotações e gravações durante a viagem, mas sem pretensões literárias, foi após um comentário com uma amiga pedagoga que a ideia foi tomando corpo. Foram dois anos e meio do processo de escrita à elaboração do livro. As fotos reproduzidas no livro são todas dela, tiradas de seu aparelho celular. O livro que teve inicialmente uma edição digital em espanhol foi lançado nas cidades de Leon, Torri Vierra, Malagna, Madri e Barcelona durante a segunda vez que Andrea percorreu o caminho, em 2014. “Veja como são as coisas: depois do lançamento em digital, hoje elas me pedem uma versão em papel”, brinca a autora sobre o desejo das pessoas em meio ao mundo digital. A capa é do amigo Flavio Vitoi, o prólogo é de Santiago Jordán Minetti Andrés e a orelha da capa é de Marlene Damico Lamarco, e um gostinho ainda mais especial, a primeira poesia publicada de sua mãe está no livro. A autora que não tinha pretensões em literatura, agora já pensa no próximo livro que será de contos. O que ela espera do livro: que ele seja fonte de inspiração para as pessoas não apenas em fazer o Caminho, mas que a leitura as leve a refletir sobre a vida. Os interessados em conhecer um pouco mais sobre a autora e o livro podem fazê-lo pela página no Facebook:">https://www.facebook.com/camposdevento?fref=ts">. A independência literária tem seu lado compensador. A autora tem uma interação maior com os seus leitores: “Eu faço algumas entregas do meu livro e algo que poderia levar de 10 a 15 minutos leva uma hora e meia, as pessoas querem conversar”, diz ela feliz com a proximidade e essa troca de ideias que a atividade está lhe proporcionando.
A primeira entrevista Após as duas horas de conversa sai do café, com uma amizade, feliz e, ao mesmo tempo, preocupado. Estava com duas histórias nas “mãos”: uma eu posso levar para onde eu quiser, que é o livro, que em breve espero providenciar uma resenha, e a outra gravada e rascunhada que era história de vida daquela mulher cativante que irradia alegria e bom humor, mesmo tendo vivido e ainda vivendo algumas dificuldades. Andrea enfrentou tropeços para realizar seu sonho de ser autora independente e deseja virar um case de sucesso. Ela não se lembrou de ninguém para escrever o seu livro, agora eu me lembrei da minha professora da pós-graduação, Monica Martinez – por coincidência era dia dos professores. “Essa é uma ótima história de jornada do herói para relatar”, ela diria. Bom, espero que a autora e a minha professora tenham me inspirado, mesmo antes da leitura do livro a contar um pouco desta incrível jornada.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Primeira série do Porta dos Fundos estreia em novembro no canal FOX

O canal FOX estreia no dia 2 de novembro, às 22h, a primeira produção do Grupo Porta dos Fundos para televisão. "O Grande Gonzalez" é protagonizada por Luis Lobianco, intérprete do mágico, que leva o nome da série, e é assassinado durante uma festa infantil enquanto trabalhava. Em 10 episódios, de 30 minutos cada, os telespectadores acompanharão os suspeitos do crime até descobrir quem foi o verdadeiro autor do homicídio. A série foi totalmente desenvolvida para FOX. Com humor sarcástico e polêmico já conhecido dos vídeos que fazem sucesso na internet, "O Grande Gonzalez" traz para o telespectador uma grande produção, com personagens característicos, texto, cenário e produção que fazem da série a maior estreia nacional do ano no canal. A mistura de humor ácido com mistério apresenta personagens inspirados no submundo das festas infantis chiques, e a partir de uma estrutura não linear, um quebra-cabeça que os policiais se desdobram para montar, descobrimos que uma mesma história pode ser contada de maneiras absurdamente diferentes.
"Estamos felizes e entusiasmados para estrear uma série totalmente exclusiva do Porta dos Fundos na FOX. O grupo já é reconhecido pelo humor na internet e hoje temos a oportunidade de mostrar algo totalmente novo, criativo e exclusivo em nosso canal." comentou Eduardo Zebini, Vice-presidente Sênior de Programação, Produto e Marketing da FOX Internationl Channels no Brasil. Na história, ao tentar realizar o que seria seu melhor e mais perigoso truque, a Caixa de Tortura, o mágico Grande Gonzalez morre na frente de 30 crianças. O que a princípio parecia um acidente, logo se revela uma suspeita de assassinato. Dois policiais têm que desvendar os últimos dias do ilusionista e quais foram os passos dele, das testemunhas e dos suspeitos durante a festa infantil. De quase nada servem os interrogatórios. Pelo contrário, a investigação fica ainda mais tumultuada com depoimentos falsos ou desconexos. A única certeza é de que o morto tinha talento para fazer inimigos.
A série foi escrita e dirigida por Ian SBF, e conta no elenco, além de Lobianco, que vive o Grande Gonzalez, Antonio Tabet e João Vicente de Castro como os policiais, Fabio Porchat como o palhaço Pirocadete, Gregório Duvivier é o mágico Gerardi, Gabriel Totoro vive o vendedor de cachorro-quente, Jurandir, Tathi Lopes é Vanessa, assistente de palco de Gonzalez, Rafael Infante o cameraman da festa infantil, Camilo Borges atua como o pai do aniversariante, Clarice Falcão vive a madrasta Rebeca e por fim, Flávio Pardal como Antônio, o dono do local. "Quando você vê um programa nosso, sente que fizemos como queríamos. A assinatura do Porta dos Fundos é a liberdade. Outro dia alguém me perguntou: 'Agora vocês vão ser censurados?' Não, fazemos do mesmo jeito como é feito em nosso canal. A única diferença é que em vez de estrear na internet, vai estrear na FOX." Comentou Ian SBF, diretor e roteirista da série e sócio-diretor do grupo Porta dos Fundos. Fonte: Comunicação Canal Fox.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

História dos mineiros chilenos chega ao cinema no próximo dia 29/10

Era uma manhã tranquila do dia 05 de agosto de 2010, em Capiapó, no Chile; mas um terrível acidente viria a mudar essa passividade. O desabamento de uma mina de ouro e cobre fez os olhos do mundo se voltarem para o deserto do Atacama. O desastre faz com que a única entrada e saída de uma mina fosse lacrada, prendendo em seu interior 33 mineradores a 688 metros abaixo do nível do mar. Foram 17 dias de espera para que o primeiro contato fosse feito. Quando todas as probabilidades de encontrar algum sobrevivente pareciam descartadas, um bilhete com a mensagem ‘Estamos bien en el refugio los 33’ trouxe a esperança de volta; o resgate levou 69 dias para ser finalizado.
Este emocionante enredo será contado agora no filme “Os 33” com estreia prevista para o próximo dia 29/10. O longa dirigido pela cineasta mexicana Patricia Riggen têm no elenco Antonio Bandeiras, Juliette Binoche, Gabriel Byrne e o brasileiro Rodrigo Santoro, que interpreta Laurence Golborne, ministro chileno das Minas e Energia chileno. Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Rodrigo Santoro contou que inicialmente interpretaria um dos mineiros –Florencio, o primeiro dos 33 mineiros resgatados, mas as mudanças no roteiro o fizeram a ser convidado para fazer o papel do ministro chileno. De acordo com o ator, o personagem faz um contraponto com os demais, pois, enviado pelo governo, coordenou o resgate e deu assistência às famílias. “Foi uma ótima experiência”, declarou o ator.
Rodrigo conheceu o ministro para elaboração do personagem “eu não quis interpretar a personalidade do ministro, mas o que ele passou” e os 33 mineiros. O ator contou que Mario Sepúlveda, que é o personagem de Antonio Bandeiras, acompanhou todo o processo de filmagens. O filme é baseado em fatos reais narrados no livro “Na Escruridão”, do jornalista americano Hector Tobar (Editora Objetiva, 328 páginas e preço sugerido de R$ 44,90). Jennifer Lopez chegou a negociar participar da produção, mas o papel que seria de Jennifer acabou ficando com a francesa Julliete Binoche. José Rivera é um dos roteiristas do filme conhecido pelo seu trabalho no filme “Diários de Motocicleta” de Walter Salles. O filme falado em inglês tem irritado a comunidade chilena, mas paciência amigos chilenos, outras nações já passaram por isso. Agora é aguardar para verificar se a história é fiel aos acontecimentos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Música e bate-papo com escultor marcam presença no sarau Conversar

Na livraria Cultura, loja das artes, na última terça-feira (27/09),foi realizado mais um Sarau Conversar. Com o local a cada encontro cheio, Ligia Veloso Crispino conduziu mais uma reunião, desta vez com a proposta de fazer os presentes pensarem sobre a arte e seu processo criativo. Clarice Lispector foi a homenageada da noite que contou ainda com a presença do escultor Fernando Cardoso, e das apresentações musicais de Gerson Morales e do Little Nation (formado pela dupla Samille Souza e Rique Azevedo). O irradiante e ex-desempregado Gerson Morales, frequentador do sarau desde o início, soltou a voz e cantou duas músicas compostas por Cazuza, que era fã declarado da autora. Gerson comemorou com a plateia sua volta ao mercado de trabalho. Sobre Clarice, desta vez Ligia Crispino optou por ler trechos da obra ao invés de mesclar com trechos da biografia da autora. A escritora nasceu em 10 de dezembro de 1920, em Tchetchelnik, na Ucrânia. Ela recebeu o nome de batismo de Haia (Vida), filha de Mania e Pinkhas Lispector. Em março de 1922 a família Lispector chega a Alagoas. Durante a permanência na capital alagoana, seu nome foi abrasileirado para Clarice.
Em 1930 perde a mãe que sofria de paralisia e escreve sua primeira peça de teatro, “Pobre menina rica”, assim como outros textos curtos que tenta publicar sem sucesso na imprensa recifense. Em 1935 muda-se para o Rio de Janeiro. Morre de câncer, em nove de dezembro, às vésperas de completar 57 anos, sendo sepultada no Cemitério Comunal Israelita do Caju. A escritora deixa uma rica obra literária, além de muitos amores declarados e não correspondidos. Dentro da proposta de reflexão sobre a arte e o processo criativo, o escultor Fernando Cardoso que iniciou a carreira artística em 1990 tem como principal a forma humana. Colocou os presentes a refletirem e lançou no ar a pergunta “o que é arte?” Sem pedir respostas conclusivas a intenção era colocar os participantes a pensarem sobre o assunto. Muito foi dito a respeito é até a questão sobre a arte influenciar as pessoas, suas formas de pensar e agir, e até numa possível manifestação popular contra a atual situação política do país, foram abordadas no sentido de se apurar qual a possibilidade da influência da arte nesse processo.
A compositora Samille Souza e o produtor musical Rique Azevedo Little Nation fizeram ao final a apresentação de seu EP intitulado “Just Day”, que foi lançado em março passado, com estilo folk e com músicas em português e inglês. A dupla vem trabalhando na divulgação de seu trabalho fazendo pocket shows. Eles apresentaram três faixas do seu recente trabalho, além de continuar a conversa sobre arte do ponto de vista musical. O próximo sarau já tem data marcada para acontecer, será no próximo dia 27/10, às 19h30, na Loja das Artes da Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Todos estão convidados. Acompanhem as novidades sobre o evento na página do Facebook https://www.facebook.com/Conversar-1642753309283344/timeline/

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Pauliceia Literária: o prazer de conhecer dois autores

Meu amigo Eduardo Hamada sempre diz: “Vou molhar as palavras”. Essa expressão é repetida por ele toda vez que ele sai para tomar uma cerveja, aos finais de semana. Realmente tenho que concordar com o Hamada, uma ou umas – depende da ocasião – cervejas ajudam a molhar as palavras e as ideias impressionantemente fluem. Bom, me lembrei dessa frase citada pelo meu amigo no final da noite da última sexta-feira (25/09). Curiosamente naquela noite eu não havia bebido nenhuma gota de álcool. Estava saindo do Pauliceia Literária com dois livros autografados nas mãos, um largo sorriso no rosto e fotos ao lado dos autores Mia Couto e José Eduardo Agualusa. A noite se apresentava chuvosa, era início da primavera, por volta das 19h00. Os dois simpáticos autores africanos falaram de suas experiências, processos criativos e as suas referências literárias, especialmente as brasileiras.
No auditório lotado da sede da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), o jornalista Manuel da Costa Pinto foi o mediador da conversa. Após os autores se apresentarem, o jornalista pediu desculpas por não conseguir fazer a pergunta aos dois de uma maneira individual. Agualusa arrancou as primeiras risadas da plateia ao dizer que não havia problema, pois os dois eram praticamente um casal. Brincadeira à parte, realmente a amizade dos dois ficou muito clara logo nos primeiros momentos da conversa. Apesar de Agualusa ser um pouco mais jovem que Mia, os dois são cúmplices na literatura e ambos se influenciam em seus livros e escreveram duas peças teatrais juntos. Agualusa se mostrou ser bem mais extrovertido que Couto. A certa altura Mia Couto disse: “Se fosse brasileiro teria nascido em Minas Gerais”. A frase arrancou novas risadas do público, o autor assumidamente disse ter na obra de Guimarães Rosa sua grande referência para seus livros. Agualusa disse gostar muito de Jorge Amado e seu realismo fantástico, além do poeta Manuel de Barros, com quem fez uma entrevista realizada na casa do escritor, no interior do Mato Grosso do Sul, que lhe rendeu um prêmio, e confidenciou ao público presente que precisa ler muita poesia para escrever literatura.
Após as quase duas horas de conversa, os dois rumaram para uma concorrida sessão de autógrafos; acredito que quase todos os presentes enfrentaram a fila e uma grande parte deles, inclusive eu, compraram um livro. Adquiri o livro chamado “Teoria Geral do Esquecimento”, do José Eduardo Agualusa. Foram duas horas de pé, em que esperei pacientemente para ter um autógrafo e uma foto. Durante a espera assinei abaixo-assinado para a luta contra a corrupção, ouvi variadas histórias de vida, ri de gente querendo furar fila e de pessoas com sacolas repletas de livros nas mãos. Confesso que sai cansado, mas feliz. Mesmo com os pés doendo, estava com o sorriso largo no rosto e a alma renovada. No final da rua tem um bar e naquele instante lamentei estar sozinho e não ter uma companhia para molhar todas as muitas palavras ouvidas por mim naquela noite, mas foram tantas que um possível coma alcoólico seria inevitável.Fotos: Facebook do evento