sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Finalmente eu conheci a tão famosa cidade de São Tomé das Letras

Eu ouço falar da mística cidade mineira desde quando comecei a fazer trilhas. O local é assunto recorrente em grupos e rodas de amigos trilheiros. Localizada a 350 quilômetros de São Paulo e de Belo Horizonte, a cidade é um ótimo lugar para descansar e recarregar as baterias. Ela tem um clima de ‘doidão’, mas uma coisa é certa: as belezas naturais e históricas do local são de inebriar o mais careta dos turistas. O município mineiro situado, a 1.450 metros acima do nível do mar, exibe aparência pitoresca: encontra-se cercado pela Serra da Mantiqueira e tem ruas e casas construídas com blocos de quartzito. A Igreja Matriz fica no centro da cidade, com sua chamativa cor amarela e é o grande símbolo do município. Está rodeada por uma agradável praça, com coreto e frondosas árvores.
A simpática rodoviária da cidade, também construída em pedra, nos recebeu na madrugada de sábado. A dona da pousada nos esperava com as chaves nas mãos. Saímos da Rodoviária do Tietê, em São Paulo às 23h30. Uma informação importante: o ônibus sai da rodoviária apenas uma vez por semana, todas as sextas-feiras, pela viação Santa Cruz. A nossa estadia deu-se na agradável pousada São João, pena que uma igreja evangélica tenha atrapalhado nossa soneca da tarde. De manhã, tomamos café na padaria Escadão, lá tudo é em fartura e muito barato, o ambiente é bem aconchegante e simples. Depois, passeamos pelas cachoeiras, por R$ 25,00; visitamos e desfrutamos de seis cachoeiras que ficam um pouco afastadas da cidade e ainda almoçamos uma deliciosa comida típica mineira num agradável restaurante da fazenda.
Infelizmente não conhecemos o famoso cantor Ventania, mas nos deparamos com um personagem peculiar da cidade, Seu Pedro, motorista da Van do serviço de turismo da cidade “Trans-Pororoca Tur”. Ele foi nosso guia durante aquele dia, no começo um pouco tímido, mas aos poucos foi se enturmando conosco. Ele nos contou histórias místicas de alienígenas que vivem no subsolo da cidade e de um partiero que apareceu misteriosamente em São Tomé, segundo Pedro, vindo de Machu Picchu. Seu Pedro, ex-morador da cidade de São Paulo, do bairro do Jardim Angela, há dois anos resolveu largar a loucura da cidade grande para viver em São Tomé. “Os filhos estão criados”, disse ele em tom sempre sereno.
A cidade é um encanto com sua arquitetura em pedra e as cachoeiras são os atrativos do pequeno município que possui ainda a Serra da Mantiqueira ao seu redor, o que torna o ócio contemplativo uma atração indispensável. Passeio imperdível também são os mirantes, e os melhores deles estão no Parque Municipal Antônio Rosa, que abriga os símbolos da cidade: o Cruzeiro, a Pedra da Bruxa e a Pirâmide. A noite é agitada, com comércio aberto, onde você pode encontrar lojas de artesanato e cachaças, além de bares com música ao vivo e a famosa e deliciosa pizza na pedra, entre outras opções gastronômicas que dão um sabor todo especial à cidade. Ouvi falar tanto de São Tomé que me apaixonei por ela. Bom, impossível não amar uma cidade tranquila e acolhedora cercada de encantos naturais.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Teoria Geral do Esquecimento aborda de forma suave temas complexos

“Meses antes, Orlando começara a construir no terraço uma pequena piscina. A guerra interrompera as obras. Os operários haviam deixado sacos de cimento, areia, tijolos encostados aos muros. A mulher arrastou algum material para baixo. Destrancou a porta de entrada. Saiu. Começou a erguer uma parede, no corredor, separando o apartamento do prédio”. Assim começa a emocionante história de Ludovica Fernandes Mano, ou como é carinhosamente chamada Ludo. Essa portuguesa se muda para Angola com a irmã Odete e o cunhado Orlando, que é engenheiro. Logo após à chegada dos três, e já muito bem instalados no prédio dos Invejados, uma das edificações mais luxuosas de Luanda, a capital angolana, o país entra em processo de independência, fazendo com que o casal fuja e Ludo permaneça trancada no apartamento. Com esse fio condutor, inicia-se o romance “Teoria Geral do Esquecimento”, escrito pelo autor angolano José Eduardo Agualusa. A obra tem em seu título o esquecimento. No entanto, aborda o fato de nunca sermos esquecidos. O autor, nas 174 páginas que compõem o livro, utiliza como pano de fundo a independência de Angola ocorrida no ano de 1975. O movimento de independência da Angola foi muito conturbado e o país mergulhou em uma guerra civil que durou 14 anos.
A personagem central do romance de Agualusa, Ludo, fica trancafiada, por vontade própria, durante 28 anos na cobertura do prédio dos invejados. E da cobertura vê algumas manifestações populares acontecerem, mas sem nunca interferir. De longe, ela observa as mudanças no entorno da cidade e dentro do prédio onde vive. Porém, sua luta pessoal para fugir de sua história de vida e manter-se longe das pessoas as quais ela considera uma ameaça, faz com que ela passe por privações e crises emocionais que a levam, no final, a superar seus medos e a perdoar-se. Agualusa trabalha pontos complicados tanto da história de Angola como da personagem, mas a forma como ele trata essas questões não torna a leitura do seu texto maçante ou tediosa, pelo contrário, o leitor é levado a se interessar pelo drama de vida de Ludo e pelas histórias paralelas que se entrelaçam transformando-se em apenas uma.
Um dos pontos mais interessantes do livro é quando Ludo é descoberta em seu apartamento: sozinha, abandonada à própria sorte, sem comida, em uma habitação quase sem móveis onde a miséria reinava. Neste trágico e sofrido cenário, um garoto de apenas sete anos surge para lhe ajudar. O que nos faz refletir sobre o quanto nós, por muitas vezes, nos escondemos, torcemos para que sejamos esquecidos, lutamos para que nosso passado fique escondido a sete chaves. Porém, a vida nos mostra através de alguma pessoa, muitas vezes um estranho, que enfrentar as dores da existência é essencial e bem menos dolorido. Curta nossa fanpage no Facebook, acompanhe as datas dos próximos saraus, os poemas, vídeos e fotos que compartilhamos: https://www.facebook.com/pages/Conversar/1642753309283344 Sarau Conversar acontece sempre na última terça-feira de cada mês, das 19h30 às 21h30, no piso superior da loja de arte da Livraria Cultura no Conjunto Nacional.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Sarau conversar: Agora só ano que vem!

Foi sem querer que eu conheci o pessoal do Sarau Conversar Foi minha amiga Edna que me levou, ela também nunca havia participado. Fomos nós dois um pouco sem jeito, um pouco desconfiados e sem saber o que iríamos encontrar. Saímos de lá felizes e com a certeza que voltaríamos e realmente voltamos e fizemos novas amizades. Conhecemos novos autores e aprendemos a cada encontro um pouco mais sobre poesia.
Não é todo dia que se encontram pessoas dispostas a parar algumas horas para refletir sobre poesias. Conheci cinco escritores, Lígia Velozo Crispino, Gerson Morales, Neta Mello, Carla Weisz e Andrea Colen, sem falar no Sergio Sesiki que declama poemas com tanta naturalidade e emoção, que não tem como não se encantar – um dia eu chego lá. Pessoas simples e maravilhosas que transmitem seus conhecimentos, suas histórias de vida de uma forma a proporcionar a quem houve uma reflexão, um aprendizado.
No dia, 24/11 foi realizado o último sarau de 2015, com direito a festa de encerramento repleta de bolos e doces. Além das apresentações de poesias em inglês dos alunos da professora Neusa Maritns que ainda fizeram alguns shows de mágica.A dulpa Litlle Nation nos presenteou com sua agradável a música, além do sorteio de seu EP. Gerson Morales apresentou e tocou músicas do poeta Vinicius de Moraes e o ator Mauro Henrique Toledo, do grupo Teatrês, fez apresentação cênica. Uma pena foi o tempo foi curto que não permitiu realizarmos o amigo secreto de poesia. Esse meu texto não será um relato sobre o que aconteceu naquela última terça-feira de novembro; quem não foi deixo aqui o convite para o próximo, mas, sim, para agradecer a possibilidade que vocês do Sarau Conversar me deram de aprender um pouco mais sobre poesia e ter a possibilidade de conhecer pessoas novas com histórias de vida tão diferentes da minha. Só me fizeram enriquecer e, com certeza, amadurecer um pouco mais. Pessoal, até o próximo encontro e desejo a todos ótimas Festas. Um abraço! A propósito, a família de trilheiros que participa do Sarau aumenta a cada encontro.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Conheça um pouco da cultura oriental em Cotia, SP

Ótimo passeio que não fica longe da capital e proporciona paz é fazer uma visita ao Templo Zu Lai. Situado em Cotia, na região metropolitana de São Paulo, é o primeiro templo do Monastério Fo Guang Shan na América Latina. Os visitantes podem contemplar uma área de 150.000 metros quadrados. Oprojeto foi inspirado no estilo arquitetônico oriental dos palácios da dinastia Tang. Os membros de Fo Guang Shan empenham-se na prática de quatro princípios cujo lema, estabelecido pelo Venerável Mestre Hsing Yün, envolve proporcionar a todos: confiança, alegria, esperança e condições favoráveis. O lugar é lindo, com uma enorme área verde; o templo é grandioso e magnífico o que proporciona lindas fotos. O local possui restaurante, café – todos com produtos veganos – e uma lojinha de livros e souvenir, mas leve dinheiro, pois eles não aceitam cartões.
Há um lago com peixes e tartarugas, além de um gramado que se pode sentar. O público pode visitar o local de terça-feira à sexta feira, das 12h às 17h, aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h. O templo não abre às segundas-feiras mesmo sendo feriado. Quem quiser conhecer o local, pode fazê-lo de três formas: de carro, o local possui estacionamento próprio; de transporte público: na Estação Butantã do Metrô (Linha Amarela), dirija-se ao ponto de ônibus que fica na Praça Waldemar Ortiz. Utilize qualquer ônibus ou van com destino a Cotia e desça no quilometro 28,5 (ou 29) da Rodovia Raposo Tavares. Caminhe poucos metros no acostamento da via no sentido São Paulo até chegar à entrada da Estrada Fernando Nobre. Ande por cerca de 1400 metros na Fernando Nobre, o tempo médio do percurso a pé é de 20 minutos.
Existe, ainda, a possibilidade dos visitantes utilizarem o ônibus fretado que funciona exclusivamente aos domingos. A saída é realizada na Rua Dr. Rodrigo Silva, às 8h30, ao lado da loja Ikesaki, próximo à Estação Liberdade do Metrô. E a volta, por volta das 16h00. O visitante contribui com a taxa de R$10,00, que dá direito a ida e a volta, e crianças não pagam a taxa. Existem algumas regras de conduta durante a visitação que devem ser respeitadas. Mais informações podem ser verificadas no site: http://www.templozulai.org.br/