segunda-feira, 24 de maio de 2021

Documentário aborda a violência contra a mulher


Documentário aborda a violência contra a mulher 

Ricardo Silva

“O ronco foi a melhor melodia que já ouvi na minha vida”, com esta frase, Adelaide Lindenberg, resume os anos em que viveu com o marido alcoólatra. Um depoimento impactante que mostra a dor e alívio de um casamento baseado em agressões físicas e emocionais.

O documentário “A violência contra a mulher é uma história real”, disponível na internet , traz relatos emocionantes que narram a selvageria doméstica de seus companheiros e ações que tentam trazer conscientização  e orientação tanto para a sociedade como também para mulheres e meninas.

O relato de Adelaide e de sua filha Adriana, resumem a dor e a agonia de se viver com um homem violento e as marcas que estas ofensas causam na estrutura familiar: “Eu detesto Natal, porque era bem nessa época que ele bebia, tenho pavor, não suporto música natalina”, diz Adriana no início do filme. Pensando numa maneira de informar a sociedade mundial sobre estes ataques, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o “Dia Laranja” realizado todo dia 25 de cada mês. 

Dentre os entrevistados está a Presidente  do grupo Soroptimista, em Rio Negro, Paraná, Anete de  Fátima Wohel, ela explica que a entidade  está presente em mais de 130 países com, aproximadamente, 80 mil mulheres que trabalham em prol de outras, na capacitação profissional. O grupo empenha-se no empoderamento com diversas ações sociais. 

Em outro trecho, a cuidadora Erlene Zielinski descreve que a sua educação foi totalmente voltada para se tornar mãe e dona de casa. Ela também sofreu agressões vindas de um marido viciado no consumo de álcool e ciumento. Após nove anos de casados e cinco destes sofrendo ofensas e insultos, Erlene  foi expulsa de casa com três crianças pequenas e voltou para a residência dos pais. Agora é cuidadora e técnica de enfermagem: “Tudo que aconteceu após a separação foi superação”, diz ela.

O vídeo apresenta também os Embaixadores do Dia Laranja jovens que se organizaram e hoje levam o debate para outros cidadãos. Este movimento, além de colocar em pauta o assunto previne, orienta e ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade e proporciona a estes adolescentes amadurecimento. Em suas palestras, esclarecem que existem outras formas de crueldade e que todas devem ser combatidas.

Esclarecedor e conscientizador, aponta o dedo para o machismo enraizado na sociedade brasileira como maior obstáculo a ser enfrentado para acabarmos de vez com este tipo de “doença”. A comunidade deve se organizar para debater uma nova forma de educação que proporcione às futuras  crianças e jovens um ensino  mais humanizado e que  motive relacionamentos mais sadios e acolhedores e que relatos como os  de Adelaide, sua filha e Erlene deixem de existir. 

Saiba mais:

https://youtu.be/R8amBClVDH8

https://soroptimistbrasil.org.br/