sexta-feira, 12 de junho de 2015

Filme: “A Lição” universal da Bulgária

O filme búlgaro “A Lição”, que estreou ontem (11/06),em São Paulo, poderia ter a narrativa representada em qualquer lugar do planeta pela universalidade do tema. Uma professora do ensino médio descobre que um dos seus alunos foi roubado dentro da sala de aula. Por ser uma mulher com valores morais muito rígidos, ela inicia uma jornada para descobrir e punir o responsável de qualquer maneira. A personagem principal é interpretada de forma eficiente e magnífica pela atriz búlgara Margita Gosheva. Nade, nome da personagem principal, é quem conduz do início ao fim a trama do longa. Os diretores estreantes, Kristina Grozeva e Petar, mostram muito bem o deslocamento da professora para não perder seu transporte, combater a malandragem na sala de aula, vencer o agiota e, sobretudo, saldar suas dívidas. O filme mostra diversos problemas sociais que contribuem para que o tema se torne comum a nós, brasileiros, e nos retrata tão bem na tela do cinema. “A Lição” se passa no subúrbio da Bulgária, ambiente com certo desequilíbrio urbano e o abandono rural, muito familiar com a realidade brasileira: - e porque não mais específico com a realidade paulistana! Questões éticas discutidas na sala de aula do filme búlgaro poderiam ocorrer igualmente numa escola brasileira ou em qualquer outra sala de aula do mundo. Por isso o filme, vem recebendo o reconhecimento internacional em festivais. Outro ponto que o filme apresenta de forma sutil, é a questão do julgamento. Diriam os psicólogos: somos seres, que comprovadamente, julgamos o tempo todo. Isso piorou muito com a era das redes sociais: temos que ter opinião sobre tudo e todos, criticamos “posts do face” e travamos guerras com assuntos tão banais quanto às grandes guerras já existentes na história da humanidade. A personagem principal do filme inicia a história na posição de juíza daquela situação do roubo ocorrido dentro da sua sala de aula e, no decorrer do filme, ela tem que ser libertar dos seus preconceitos para tentar sobreviver. Nade passa de juíza a ré de seus próprios valores.

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