quarta-feira, 6 de abril de 2016

“Zootopia: Essa Cidade é o Bicho” é mais que um filme fofinho.

A cidade em questão é um local onde vivem animais de todas as espécies, predadores e presas que dividem o mesmo espaço de forma harmoniosa, pacífica e feliz. O filme é muito colorido e começa no tom de mostrar aos telespectadores mirins que devemos superar limites e realizar os nossos sonhos não importe quem você seja, ou o seu tamanho.
O longa começa mudar de rumo quando predadores e presas que já aboliram o “comportamento animalesco ancestral” começam de uma forma misteriosa a voltar ao estado selvagem.
Os diretores Rich Moore e Byron Howard conseguiram elaborar de uma forma bem divertida as diferentes proporções, dos mais variados animais existentes, e tiveram a grande sacada de fazer analogias claras à pluralidade étnica, de orientação sexual e de gênero existentes nas grandes cidades humanas. A jogada da dupla de diretores foi inverter os caminhos; ao invés de mostrar um mundo caótico, eles optaram pela paz e pela beleza do convívio em harmonia da sociedade “animal”, e depois introduziram os conflitos e o caos à trama.
A história começa com a esperta coelhinha Judy Hopps que tem o sonho de crescer e virar policial. Após se formar com louvor na Academia de Polícia, ela é mandada para Zootopia. Quando Juddy chega à cidade grande, ela se depara com um mundo completamente diferente daquela horta onde cresceu com os pais e os irmãos. Na cena seguinte, a pequena coelhinha entra toda animada ao distrito policial e descobre que o sonho de caçar bandidos vai ter que esperar um pouco, ela é recrutada e se torna apenas uma guarda de trânsito.
No entanto, quando Juddy conhece a raposa Nick Wild, um malandro esperto que ganha a vida aplicando pequenos golpes, como fazer alguém, de bom coração, comprar para ele um sorvete grande e depois o malandro o transforma em um porção de pequenos. Por força do destino, os dois são obrigados a trabalharem juntos e começam a investigar o desaparecimento de mais de uma dezena de mamíferos.
A animação da Disney que, além de fofinha e engraçadinha – a cena das preguiças funcionárias públicas é sensacional – aborda também como o medo é constantemente imposto na sociedade para provocar submissão da população para prevalecer os interesses dos poderosos.
Por incrível que possa parecer, Zootopia revela-se magnificamente mais engajado politicamente do que poderiam imaginar os pais que levam seus pequenos ao cinema, isso considerando a tradição de fantasia que a toda poderosa dos filmes infantis sempre apresenta. Um ótimo filme para crianças e adultos e a dublagem “caiu como uma luva” para todos os personagens, em especial para a esperta raposa.

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