quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Imigração ilegal é retratada em comédia francesa

“Samba” é um filme francês baseado na obra de Delphine Coulin, cujo livro foi lançado no Brasil recentemente pela editora Paralela (R$ 29,90). A direção fica por conta da dupla de cineastas Olivier Nakache e Eric Toledano, os mesmos que dirigiram o sucesso “Intocáveis”, de 2011. Os dois são craques em sincronizar momentos de drama e comédia e o fazem com grande talento. Samba é um filme sensível e aborda o drama tão presente na sociedade atual, o da imigração ilegal. A história do imigrante senegalês Samba Cissé – vivido por Omar Sy de Intocáveis – é o ponto de partida do filme. O jovem trabalha em empregos informais em Paris; quando o filme começa, vamos encontrá-lo lavando pratos em um restaurante parisiense. A história ganha mais vida quando entra em cena Charlotte Gainsbourg no papel da assistente social Alice. Ela conhece o jovem africano e decide ajudá-lo a tentar regularizar seus documentos.
As condições desumanas dos imigrantes que sofrem com as regra burocráticas, que humilham e desrespeitam aqueles indivíduos, formam o lado político-social da trama. A questão racial está presente em algumas cenas, em especial a que Samba é aconselhado pelo seu tio a se vestir de forma “europeia” para não chamar a atenção das autoridades. O amigo brasileiro de Samba Cissé é quem por muitas vezes rouba a cena. Interpretado por Tahar Rahim, o personagem Wilson é quem tira algumas da melhores risadas da plateia. O filme não deixa de mostrar como nós brasileiros somos vistos pelos estrangeiros. Em tempos de imigrantes ilegais que arriscam a vida em longas travessias, sejam elas por mares, terra ou túneis, assistir “Samba” é se deparar com uma realidade dura e triste em que o ser humano sujeita um outro a passar por condições humilhantes pelo simples fato de não ser da mesma pátria.

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