quarta-feira, 5 de agosto de 2015

“O Ciclo da Vida” diverte e emociona

“Puxa parça, que filme lindo!”. Foi assim que minha amiga descreveu o filme “O Ciclo da Vida” ao término da sessão. Antes da exibição, aguardávamos a liberação da sala no hall de entrada do cinema. Um senhor de bengala passou por nós e perguntou se estávamos ali para ver o filme. Respondemos apreensivos que sim, e ele disse: “É um ótimo filme, vocês irão gostar”. Não apenas gostamos, mas nós amamos o filme “O Ciclo da Vida”, um filme chinês dirigido por Zhang Yang e revelado ao mundo em 1999, com "Banhos". Eu, sinceramente, confesso meu total desconhecimento do cinema produzido na China – acho que é a primeira produção que assisto do país asiático –, dizem os críticos que o filme faz parte desse atual gênero de filmes sobre a velhice, que o público mais velho manteve o hábito de ir ao cinema. E por isso o grande número de produções com essa temática.
Seja como for, o filme emociona já nos primeiros minutos com um número de mágica dentro da casa de repouso realizado por um deles, o mais forte fisicamente. Ele tem um jeito de mestre, de ser o mais sábio, e o sonho dele é um dos motores do filme. Impossível não se emocionar ou não se identificar com os personagens ali representados. Os dramas que a idade revela: a proximidade do fim da vida, os sonhos não realizados e as amarguras não curadas. Estar próximo do fim apavora até o ser humano mais durão. Além disso, a descoberta da perda do controle das funções do próprio corpo. Deparar-se com a realidade do finito é muito dolorido. Todos nós conhecemos ou vivemos com pessoas nessas faixas etárias – entre 70 e 90 anos –, e como o filme retrata muito bem e de forma sutil, acabam virando crianças totalmente dependentes dos mais novos. O roteiro foca no humano, e consegue não cair no melodrama conduzindo a história para os problemas e sonhos característicos da idade. Parabéns também para a direção de fotografia, as paisagens são lindas. As atuações são empolgantes, o filme é sensível. Foi uma bela maneira de conhecer o cinema chinês.

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