sexta-feira, 27 de novembro de 2015

“Campos de Vento” – Relato sobre o Caminho de Santiago emociona o leitor

Andar livre pela Espanha, durante um pouco mais de um mês, percorrendo a pé mais de 700 quilômetros cruzando o país de ponta a ponta. Esse é o Caminho de Santiago de Compostela, rota medieval de peregrinação com mais de 11 séculos de existência, hoje em dia frequentado por centenas de andarilhos brasileiros, graças ao escritor Paulo Coelho, em muitos casos. Recentemente, Andrea Colen publicou de maneira totalmente independente o livro “Campos de Vento”, relato de sua primeira experiência pelo Caminho. O livro traça de forma não linear e muitas vezes rimada os 33 dias de sua aventura, a rotina, as dificuldades e as alegrias do trajeto. São 136 páginas recheadas com belas fotografias, e algumas dicas para aqueles que pensam em fazer o trajeto que seduz tantas pessoas pelo mundo. Eu, particularmente, fiz o Caminho de Santiago de Compostela em uma semana no Metrô de São Paulo. O que não deixa de ser uma aventura num transporte público cada vez mais lotado e menos eficaz. Durante essa semana, o percurso – Tucuruvi/ Sé – foi incrementado com as belas e emocionantes experiências vividas pela autora.
Uma que me chamou a atenção e destaco nesse meu comentário, Andrea diz: “O Caminho é contemplação. Das paisagens e de si mesmo. Caminhar é descobrir todo o dia o novo. O caminhar é despertar seus demônios e mantê-los sob vigília. O que, às vezes, você não se dá conta”. Realmente o caminhar proporciona esse encontro consigo mesmo. É a possibilidade de resgatar memórias que achávamos que estavam esquecidas de revivê-las e se libertar deste passado para proporcionar um presente melhor. Mas Andrea não se limita apenas ao relato, ela passa dicas para o viajante e uma delas é que o andarilho deixe a timidez de lado e use a mímica para se comunicar. E completa: “Lembrem-se, um belo sorriso é um idioma muito eficaz. Acreditem”. Uma dica que pode ser bem útil para aqueles que não dominam o espanhol. Durante a leitura, o leitor percebe que a dica é valiosa. A autora faz amizade com pessoas de várias nacionalidades e a mímica e o sorriso ajudam bastante nestes momentos. Bom, não me prolongarei nas minhas impressões para não estragar a surpresa de quem ainda não leu. Recomendo a leitura, apreciei demais o relato, acho importante ter como referência para as próximas pessoas que tiverem interesse em percorrer o Caminho. Só uma dica para quem for adquirir o livro: conheçam a autora, além do autógrafo, vocês conhecerão a personagem encantadora do livro.

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