segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O livro “O dono da História” questiona o protagonismo da vida

Na última quinta-feira (17/09) em São Paulo a noite era quente, estranha para um final de inverno, mas o calor da noite não ficava apenas no clima da cidade e se refletiu também dentro da Livraria Cultura, do Conjunto Nacional, onde a executiva e agora escritora, Carla Weisz recebia amigos e convidados para o lançamento de seu primeiro livro intitulado “O Dono da História”. Com sorriso largo no rosto e muito emocionada, Carla Weisz distribui beijos e autógrafos. O livro sai pela Editora Évora (R$39,90) e conta com prefácio do professor livre-docente da ECA/USP Clóvis de Barros Filho com ilustrações de Álvaro Reitman. O livro conta a história de um garçom que teve a oportunidade de observar e vivenciar exemplos de como alguns líderes exercem na prática o seu jeito de ver a vida, suas experiências, suas escolhas e aprendeu com isso a ser protagonista da sua vida, tomar as rédeas de seu destino e se tornar um líder. Carla Weisz conta, na entrevista a seguir, como a carreira de executiva a ajudou a escrever o livro e ainda diz que atualmente em nossa sociedade, muitas pessoas vivem como coadjuvantes em suas próprias vidas.
Você tem uma extensa carreira como executiva, isso ajudou a escrever o livro? Ajudou sim, porque quando executiva vivi muitas experiências intensas em função das áreas e projetos que liderei. Isto me colocou muito perto da alta liderança e, ao mesmo tempo, me estimulou a estudar e aprender. Outra escolha que fiz na minha carreira foi ter experiências em segmentos de mercado diversos; trabalhei em empresas nacionais e multinacionais, de pequenas a grandes empresas, isto ampliou minha visão e certamente contribuiu na criação das histórias descritas no livro. Como se sente sendo a precursora do formato Storytelling (método que utiliza palavras ou recursos audiovisuais para transmitir uma história) no Brasil? Estou sendo precursora de escrever em formato ficcional sobre liderança, cultura organizacional e protagonismo aqui no Brasil. E mesmo em outros países, ainda temos poucos livros de negócios escritos em formato de história. Eu me sinto feliz em ter conseguido escrever o livro desta forma, pois o mundo está muito complexo, são muitas informações e a história ajuda as pessoas a entenderem mais sobre a vida. Como disse Robert McKee (especialista em storytelling), a dádiva da história é que podemos viver vidas além da nossa. Como surgiu a ideia/inspiração para o livro? Eu sempre quis escrever um livro com estes temas, para mim ele é uma das formas de realizar meu propósito e espalhar possibilidades, mas a ideia ficou guardada. Até que certa noite, eu estava na Livraria Cultura, lugar onde adoro ficar, tomar café, encontrar amigos, me inspirar, e tive a certeza que a hora tinha chegado. Era uma noite de agosto de 2013, ainda inverno, eu vinha de um processo de trabalho muito, muito intenso que tinha provocado em mim várias reflexões. Na volta para casa, a primeira música que tocou quando liguei o carro foi Coisas da Vida, da Rita Lee. A música bombou dentro de mim e fez todo sentido, ouvi uma vez atrás da outra e isto durou o caminho inteiro. Depois resolvi que esta música faria parte do livro como outras da Rita Lee, suas canções passaram a inspirar o personagem. Neste instante me enchi de coragem, tinha chegado a hora!
Quanto tempo levou para escrevê-lo? Na prática, foram 14 meses entre o projeto e o desenvolvimento da obra; mas, de fato, passei parte dos últimos anos nutrindo este livro dentro de mim, me preparando e estudando os temas que abordo. Mais que um livro, é uma forma de espalhar possibilidades e ajudar as pessoas a se inspirarem. O livro trata da história de um homem que se torna protagonista da própria vida. Em sua opinião, tem muita gente sendo coadjuvante da própria vida? Sim, observo nas atitudes e nas falas das pessoas. É uma questão sociocultural de nosso país e até dos países da América Latina; tem relação com nossa cultura social. Vejo isto claramente, pessoas culpando tudo que está fora do seu controle pelos seus insucessos. Um exemplo é alguém dizer que não foi promovido porque o chefe não gosta dele. Esta é a fala de um coadjuvante. O protagonista pensa: o que eu não fiz e que se passar a fazer aumentará minha chance de ser promovido? O protagonista chama a responsabilidade para si e coloca a energia no aprendizado e transforma reclamação em AÇÃO.

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